FORÇA MÓNACO !!!

Alguns mais distraídos usam circunscrever ao fanatismo das claques as atitudes menos nobres e os acessos de anti-desportivismo, estabelecendo diferenças entre as pessoas-de-bem e os claqueiros. Porém, no que respeita ao benfiquismo não é bem assim. Até os meus amigos benfiquistas me confessam com naturalidade o prazer que têm cada vez que o FCP perde com equipas estrangeiras. Veja-se o exemplo de António-Pedro Vasconcelos e o à-vontade com que ele assumiu a sua falta de fair-play em directo no Trio de Ataque. É por isso que o benfiquismo é uma perniciosa postura social. É que não há benfiquistas inocentes. O que os define é transversal. O complexo de grandeza, a falta de desportivismo na derrota, a falta de humildade na vitória, tudo conduzindo inevitavelmente à mesquinhez e à tacanhice. O apoio que a nação benfiquisma formalizou ao Mónaco na final da Liga dos Campeões contra o FCP não foi um acto isolado ou irreverente de uma claque facciosa. Foi uma postura naturalmente generalizada a todos os adeptos benfiquistas. Julgam-se tão superiores, assumem-se tão soberbos e arrogantes, que não admitem qualquer tipo de solidariedade. São eles, só eles e ponto final. E saboreiam as derrotas dos outros, mesmo que nada tenham a ver com elas.

Este tipo de atitude explica a reacção em onda nacional que actualmente massacra o benfiquismo num avassalador prazer mórbido perante um descalabro que tem tanto de patético como de anunciado. O benfiquismo representa o que de mais mesquinho e boçal existe na sociedade portuguesa: a tentativa de lucrar sem trabalho, a preguiça, a sombra dos louros, a incompetência, a arrogância, a bravata, a inferiorização dos outros, o desmerecimento do êxito dos outros, a inveja, a auto-desculpabilização dos erros e (o pior de tudo) a responsabilização de terceiros pelos erros próprios em pueris e patéticas teorias de conspiração.

A pressão tem-se avolumado tanto que receio que uma derrota do Benfica no Dragão no próximo domingo possa motivar uma revolução profunda nas hostes benfiquistas. Se calhar, o melhor para todos nós seria que o Benfica ganhasse no Dragão. São tão cheios de si próprios que só isso bastaria para colorir o horizonte e levá-los ao convencimento de que a ultima época, afinal, foi apenas um precalço isolado e que afinal estão no bom caminho.