ECONOMÊS
1. Os Bancos Centrais por todo o mundo andam a injectar dinheiro na economia - mediante empréstimos aos Bancos Comerciais - para combater a falta de liquidez derivada da crise de endividamente excessivo nos EEUU. A última grande operação foi garantida pelos Ingleses.
2. Sabe-se que a inflacção depende da quantidade de dinheiro em circulação. Quanto mais dinheiro em circulação, menor o seu valor relativo e, daí, o aumento da taxa de inflacção. Ao contrário, para controlar a taxa de inflacção restringe-se a emissão e circulação de moeda e/ou aumenta-se a taxa de juro. Pois que com o juro mais caro, os particulares já não vão ao banco pedir tanto dinheiro para porem a circular através do seu consumo.
3. Pois bem, para se controlar a taxa de inflacção, das três, uma: ou se restringe a quantidade de moeda em circulação ou se aumenta a taxa de juro, ou se faz as duas coisas em simultâneo. Parece, assim, que o controlo da inflacção nunca se poderá fazer aumentando a taxa de juro e, ao mesmo tempo, pondo mais dinheiro em circulação. O efeito de um anula o efeito do outro.
4. O Banco Central Europeu tem mantido intencionalmente altas as taxas de juro, ameaçando subi-las. E por várias vezes, directa ou indirectamente, tem posto em circulação enormes quantidades de moeda para acudir à falta de liquidez dos bancos americanos e europeus que entraram no negócio das hipotecas na América.
5. Preciso urgentemente de um economista que me explique este paradoxo. Cá para mim estes meninos estão a torcer as regras do mercado, estão a brincar com o capitalismo. E nós estamos a pagar juros cada vez mais caros e sem se vislumbrar a sua baixa, enquanto os economistas que mandam nos Bancos Centrais tentam salvar os bancos que se meteram na alhada americana. Em bom rigor, somos nós, o Zé eleitoral, que está a pagar as vigarices das sobreavaliações hipotecárias nos EEUU.
6. E, por cá, ninguém conhece uma situaçãozinha em que, por o Banco só emprestar 90% da avaliação, esta se fez pelo valor de 110%, para garantir a plenitude do preço e demais despesas, porque o imobiliário estava sempre a aumentar ?... Estava, não estava ?
2 Comments:
óptima reflexão,
penso que uma das soluções passa por não sermos tão dependentes do crédito e não tentarmos viver sempre a cima das nossas possibilidades... poupando nos juros que pagamos aos bancos facilmente conseguimos suportar a inflação.
Quanto a empréstimos de casas, até quando teremos esta mania de viver em casas novas, vivendas lustrosas, ou apartamentos em caixotes, estimulando uma industria que apenas consome recursos e não é facilmente negociável com outros países...
Construir casas novas não ajuda em nada o equilibrio da balança comercial e afecta recursos e créditos que podiam ser usados em investimentos algo mais proveitosos.
mas isso, digo eu, que não me importo de partilhar casas, com familia, com amigos... na sociedade que estimula, cada um na sua casa a necessidade de crédito existirá até existir 1 casa por pessoa... mas aí o negócio continuará rentável desde que se injecte mais dinheiro e a população continue a crescer...
como é que nos vamos reproduzir é que ainda nao percebi! ;)
A questão não era exactamente essa, mas obrigado na mesma.
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