LEOMIL
Confesso que ao vivo a árvore era mais imponente do que o resultado fotográfico. Parei de propósito para a fotografar. O que só aconteceu porque, efectivamente, fui estimulado quando a vi. Já tinha completado a subida para o planalto de Leomil, aproximava-me do viaduto sobre o IP5 e estava prestes a melhorar a média nos derradeiros 25 Km até Pinhel. Inexplicavelmente, aconteceu-me em alguns dias acelerar o andamento na parte final da jornada. Parecia que as pernas me pediam maior ritmo. E de Leomil até Pinhel foi sempre 'a dar' à volta dos 30 Km/hora. Foi nesta fase que parei para atender uma chamada do Zé Miguel - o bom do Zé Miguel que tinha marcado residencial para mim em Mangualde para dali a 8 dias.
Na aproximação a Pinhel, contudo, acabei por 'pagar as favas'. Durante, talvez, 4 Km a descida é vertiginosa. Piso bom, estrada larga e com visibilidade. Mas o mais que se consegue é atingir nos confins da descida uma ponte sobre um embirrante rio - mais tarde vi no mapa que se chamava Ribeira das Cabras -. Depois, bem, depois, são dois quilómetros de parede até Pinhel. A olho posso garantir que é uma inclinação superior a 10 %. E acreditem que estou a ser comedido. O que sofri para chegar lá acima! Sobretudo com a angústia de estarem a bater as quatro da tarde e ter que arranjar residencial para poder ver na TV a chegada da Volta. E no final da jornada ou não se tem água ou a que resta já está quente. Provei o bidom. Como estava quente, despejei-a pela cabeça. Fiquei mais leve e algo refrescado. Mas fiquei a desejar, a "augar" uma garrafita bem fresquinha de Pedras com limão e chá verde. Mas não foi uma. À chegada foram duas, seguidinhas, com um arroto final capaz de fazer vibrar um sino de bronze.
Foi um dia atleticamente complicado. Com o frio na subida até Sabugal pela manhã e com aquele final de jornada, não surpreende a fraca média do dia nem a quantidade provável de Kcal consumidas - pois esta é inflaccionada pelo elevado ritmo cardíaco.
Etapa 4, Penamacor-Pinhel, 93 Km, 5:59 Horas, 15,62 Km/h, 7239 Kca
3 Comments:
Ao planalto de Leomil, que vai dos contrafortes da Ribeira do Noémi até à Serra da Marofa, chamamos nós "Rasa". Ainda me recordo de alguns aviões que aqui poisaram nos anos 40 por avaria ou falta de combustível.
Já vi que foi em direcção a Pinhel.
Pena que não tenha visitado Castelo Mendo e Castelo Bom.
De certeza que ia gostar.
Se tivesse ido por Pinzio (terra do meu avô materno)Safurdão, Manigoto tinha muito mais que contar em termos físicos.
A Ribeira das Cabras é um afluente do Coa e era como uma espécie de fronteira para nós. Tudo o que estava para ocidente já fazia parte de outro mundo.
Outra barreira que marcava o nosso território era a Ribeira dos Tourões, fazia de raia até Escarigo.
Mas a gente passava para o lado de lá com uma perna às costas, para os nossos saltos até Fuentes e Ciudad Rodrigo.
O meu amigo é pessoa ilustrada e para mais atlética.
Mas o que diz a uma caminhada entre o Monteperobolso Miuzela, Cró, Rapoula, Sabugal?
7 a 8 horas de caminho.
Bons tempos!!!
E ir a Espanha fazendo Monteperobolso, Jardo, Freineda, Vilar Formoso?
4 horas de caminho?
Sim a pé, que a gente não era da fidalgaria, não havia "caminetas" e o comboio tinha um horário incompatível com o nosso tempo.
Hoje quem se atreveria a tal?
Isto está a ficar um Roteiro de uma categoria de 5***** :-)
Ando a aprender geografia que desconhecia.
Parabêns ao Xiclista!! e a tds os contribuintes do «Vá pra fora Cá dentro»!
bem, começo a ficar famoso por estas bandas, eu que não fiz nada de especial.
agradeço a honrosa menção que fazes à minha pessoa, mas não era preciso tanto, hehehehehe
um abraço
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